Apocalipse: A carne podre de um mundo congelado pela solidão



Título: Apocalipse (Extinction) - 2015
Diretor: Miguel Ángel Vivas
Roteiro: Alberto Marini, Miguel Ángel Vivas
Elenco: Matthew Fox, Jeffrey Donovan, Quinn McColgan

É inevitável não pensar “mais um” toda vez que encontramos um novo filme sobre zumbis. Esse pensamento é consequência da infestação de produções que se repetem em uma nefasta epidemia que afeta a criatividade de diretores, roteiristas e produtores dentro do gênero.

“Apocalipse” extrai carne consumível de “corpos” apodrecidos e nos presenteia com uma banquete servido em meio ao drama de personagens bem construídos e inseridos em um cenário desolador, onde a esperança reside nos olhos de uma criança.



O mundo foi contaminado e rapidamente se tornou um verdadeiro açougue de carne podre onde mortos vivos caçam os poucos sobreviventes da devastadora epidemia global.

Eles acreditavam que a queda brusca na temperatura do planeta, tinha aniquilado os mortos vivos - que desaparecem por anos. É claro que essas lindas criaturas não desapareceram, e sim, evoluíram para um espécie bem mais assustadora e resistente.

O roteiro foca na missão de Patrick (Matthew Fox) e Jack (Jeffrey Donovan) de criar a apaixonante Lu (Quinn McColgan), em um mundo gélido, onde a sobrevivência é a única motivação. O problema é que esses personagens possuem um conflito emocional não resolvido, consequência da conturbada relação que ambos tiveram com a falecida mãe de Lu.


 A direção de Miguel Ángel Vivas, do excelente “Horas de Medo” (leia a crítica aqui), é eficiente em equilibrar, drama, suspense e terror, tendo como base, em grande parte da projeção, apenas três personagens. A fotografia é um primor e a caracterização dos mortos vivos são realmente assustadoras. As atuações se destacam, com ênfase na promissora Quinn McColgan.

Em meio a películas mais mortas do que vivas, “Apocalipse” é uma mutação evolutiva, com dna para se tornar um monstro cultuado.




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