Ink - 2009


"Ink" é uma daquelas obras únicas, que surgem do nada, por um diretor que ninguém ouviu falar e que se tornam exemplos de cinema autoral e independente.

A película tem seu foco no espiritismo e isso pode afastar boa parte do público - para quem não segue a religião vale a pena encarar como ficção todo o universo retratado no decorrer da projeção. Jamin Winans é o sujeito que assina a direção, roteiro e trilha desse filme que aborda o mundo espiritual de forma inovadora.

Quando a noite cai e o mundo vai "dormir" eles aparecem, os seres de "luz" trazem bons sonhos e os seres das "trevas" carregam os pesadelos. Existem outras figuras curiosas como Ink uma espécie de alma penada que sequestra o espirito da pequena Emma (Quinn Hunchar) para ser aceito no lado "negro" daquele mundo. A garota entra em coma e se inicia uma guerra espiritual para salvar sua vida e principalmente sua alma.

John (Christopher Soren Kelly) empresario respeitado e em constante acessão profissional; pai da Emma o sujeito renega a filha após a morte de sua esposa; ao saber do estado da garota o rapaz é convidado a encarar seus medos e deixar seu orgulho de lado - ceder não é uma opção para John que é único que pode salvar sua filha das trevas.

O diretor retrata o mundo espiritual de forma jovem e inovadora; com poucos recursos o sujeito foi criativo para apresentar os "seres das trevas" que possuem uma espécie de lente de aumento em seus rostos, que torna a experiência realmente assustadora; os seres de luz por exemplo são pessoas comuns e com visual jovem, nada de roupinhas brancas e diálogos complexos.

Outra inovação foi colocar os seres para saírem no tapa em vários momentos; cenas muito bem coreografadas. Apostando em uma leitura ágil o diretor utilizou edição frenética transformando toda a película em algo que lembra um video clip, lógico, com qualidade inegável.

O roteiro passeia por lugares comuns e tem resoluções previsíveis que não prejudicam em nada a obra que tem seu maior atrativo na criatividade de seu diretor que nos presenteia com uma verdadeira aula de enquadramentos de câmeras, fotografia, iluminação e edição.

"Ink" é bizarramente assustador, poeticamente lindo; uma experiência cinematográfica inesquecível! Diretamente para os favoritos!




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