A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty) - 2012


 Crítica feita por mim para o portalcritico.com

"A Hora Mais Escura" é o novo filme de Kathryn Bigelow que foi a primeira mulher a ganhar o Oscar de Melhor Diretor com  o contestado Guerra ao Terror. O grande porém aqui é que a película anterior da diretora é superior em quase tudo.

A nação Americana é amada e odiada de forma quase equivalente; os atentados de 11 de Setembro deixaram marcas nessa nação que até hoje não foram apagadas mesmo com a morte de seu maior inimigo: Osama Bin Laden, a principal mente por trás do ataque ao Pentágono e World Trade Center. A grande dúvida do público para com essa produção foi o quão planfetária seria a favor do governo Americano. Infelizmente aqui é tudo demasiadamente tendencioso, o que atrapalha e muito o público de outros países, mesmo aqueles que como eu não se incomodam tanto com essa propaganda descabida em muitos filmes de sucesso. Já aqui podem e devem se sentir atingidos negativamente por essa produção.

Acompanhamos um grupo de agentes de elite que caçam ninguém menos que Osama Bin Laden, e para isso não vão medir esforços para colocar as mãos no então terrorista mais procurado do mundo. Utilizando cenas fortes de tortura, a diretora é corajosa em expor uma questão que foi debatida por todos, que são os métodos nada ortodoxos de tortura utilizados pelo exército americano.

Humanizar a personagem principal foi outro ponto positivo da produção que conta como protagonista a eficiente Jessica Chastain que vive Maya, a agente obcecada em encontrar Osama: foram 10 anos de dedicação total em busca ao terrorista. Essa personagem é o ponto de identificação entre espectador e filme. Atuação soberba de Jessica Chastain que entre olhares frios e expressões de melancolia e raiva conquista o público que vê em sua personagem toda a consequência que aqueles atentados tiveram nos cidadãos Norte Americanos.

O roteiro assinado por Mark Boal tenta tirar água de pedra em uma história com grandes chances de rejeição de público e crítica. O longo tempo de projeção também ajuda o filme a cair em momentos escuros onde só conseguirmos enxergar a tentativa muitas vezes exagerada de sua diretora em criar um clima de tensão em todas as cenas da película.

Os momentos de tensão existem sim e quando funcionam são de arrepiar, o melhor exemplo disso são os minutos finais dedicados ao assassinato de Osama. Vale destacar as cenas finais de Maya, onde o choro de alivio se mistura com a sensação de que nada mudou.

Com muitos erros e acertos A Hora Mais Escura não é um filme ruim mas também está longe de ser excepcional.




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