Cosmópolis - 2012




 Crítica feita por mim para o portalcritico.com

Cosmópolis é um estudo das consequências que o poder exerce na vida de uma pessoa. O que o poder faria com você?

Eric Packer (Robert Pattinson) é o resultado do poder nas mãos de um ser humano, onde suas vontades devem ser satisfeitas, mesmo que seja necessário ignorar o mundo à sua volta. David Cronenberg nos mostra o vazio da humanidade, o casamento sem amor, o sexo sem prazer, o dinheiro que mata o presente para viver o futuro.

O filme se passa, em boa parte, dentro da limusine de Packer - praticamente um trono, onde o mundo pode acabar, mas o seu rei continuará intocável... Todavia, e se o trono está ameaçado e o rei perder seu poder de um dia para o outro? Packer está prestes a ver seu reino desmoronar junto com sua estabilidade emocional. A desconstrução do personagem no decorrer da projeção beira à perfeição, seja pela lente de Cronenberg ou pela atuação soberba de Pattinson.

Packer tenta em todos os momentos preencher o vazio interior: seja comprando um avião de guerra apenas para ficar apreciando, ou transar com várias mulheres (uma delas é Juliette Binoche, linda e sensual) e até mesmo tentando seduzir sua mulher - fruto de um casamento sem amor. Esse vazio o leva a conhecer o outro lado da moeda (representado magistralmente por Paul Giamatti): o que aconteceria se a sociedade colocasse um arma na cabeça da economia?

David Cronenberg não entrega nada mastigado: os diálogos complexos estão ali para camuflar os sentimentos de Packer. A câmera é insistente em transmitir algo bizarro por trás dos seres humanos. 

Matar o passado para viver o futuro?... Questione-se.

 
 

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