Crítica feita por mim para o portalcritico.com
Cosmópolis é um estudo das consequências que o poder exerce
na vida de uma pessoa. O que o poder faria com você?
Eric Packer (Robert Pattinson) é o resultado do poder nas
mãos de um ser humano, onde suas vontades devem ser satisfeitas, mesmo que seja
necessário ignorar o mundo à sua volta. David Cronenberg nos mostra o vazio da
humanidade, o casamento sem amor, o sexo sem prazer, o dinheiro que mata o
presente para viver o futuro.
O filme se passa, em boa parte, dentro da limusine de Packer
- praticamente um trono, onde o mundo pode acabar, mas o seu rei continuará
intocável... Todavia, e se o trono está ameaçado e o rei perder seu poder de um
dia para o outro? Packer está prestes a ver seu reino desmoronar junto com sua
estabilidade emocional. A desconstrução do personagem no decorrer da projeção
beira à perfeição, seja pela lente de Cronenberg ou pela atuação soberba de
Pattinson.
Packer
tenta em todos os momentos preencher o vazio interior: seja comprando um avião
de guerra apenas para ficar apreciando, ou transar com várias mulheres (uma
delas é Juliette Binoche, linda e sensual) e até mesmo tentando seduzir sua
mulher - fruto de um casamento sem amor. Esse vazio o leva a conhecer o outro
lado da moeda (representado magistralmente por Paul Giamatti): o que
aconteceria se a sociedade colocasse um arma na cabeça da economia?
David
Cronenberg não entrega nada mastigado: os diálogos complexos estão ali para
camuflar os sentimentos de Packer. A câmera é insistente em transmitir algo
bizarro por trás dos seres humanos.
Matar o
passado para viver o futuro?... Questione-se.
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